terça-feira, 9 de outubro de 2007

CAPTAÇÃO DE IMAGEM:

INTRODUÇÃO

Uma boa imagem vale mais do que mil palavras. Este provérbio resume de forma
sucinta o que deve ser uma imagem.
Não deve haver margem para dúvidas no jornalismo televisivo e se, por vezes, as
imagens parecem mais fortes do que as palavras, o texto não deve contudo ser
desprezado. É essencial conciliar uma boa imagem com um bom texto.
No entanto por vezes ocorrem situações de despiste na comunicação, como por
exemplo, as palavras estão em desacordo com as imagens, o que confunde
telespectador. Ao surgirem situações em que as palavras dizem uma coisa e as imagens
mostram outra, acaba por perder-se a informação auditiva, embora a mensagem
audiovisual acabe por chegar ao seu destino.
São dois os factos que prendem a atenção do telespectador

A NOTÍCIA
É claro que uma notícia considerada “forte” prende o telespectador que dá muito mais
atenção ao televisor e fica naturalmente alheado de tudo o que o rodeia.

A IMAGEM
Uma boa imagem é perfeitamente entendida, sem necessidade de palavras.

Porém, é claro que a imagem no jornalismo televisivo deve acompanhar as palavras.
Convém, contudo, referir que a imagem é que comanda o texto e não o contrário, por
isso, uma coordenação entre o jornalista e o repórter de imagem no terreno é essencial.
É este trabalho de equipa que permite que o jornalista, ao chegar à redacção tenha as
imagens que pretende para o texto que vai escrever.

A importância das boas imagens reflecte-se em um pequeno exercício: tentar ver uma
reportagem sem som e com uma imagem forte, tentando a seguir fazer o inverso e ouvir
a notícia e não ver as imagens. A falta da imagem sente-se imediatamente.
É a imagem que permite prender as pessoas e que possibilita a diferenciação
relativamente à imprensa e à rádio.

Mas, como já foi referido, uma reportagem é um trabalho de equipa feita no terreno por
pelo menos duas pessoas, jornalista e repórter de imagem:

_ O jornalista é, antes de mais, a cara da reportagem e possui a tarefa de ligar os
factos ocorridos com o telespectador.
_ O repórter de imagem possui a seu cargo a tarefa de captar a imagem e o som,
sempre em estreita ligação com o jornalista.
_ A nível profissional existe ainda o editor de imagem que tem a tarefa de editar
as imagens e sons em ligação com o jornalista.

Convém realçar que, actualmente este profissional é mais requisitado para grandes
reportagens ou para peças que, por questões de tempo ou utilização de grafismos, o
necessitem.

Transmitir a emoção contida nas imagens é essencial. Devido a isso, a imagem possui,
por si só, um estilo de narração muito próprio. Uma imagem com um ruído, ou um
silêncio, pode ser o suficiente para causar a emoção que se pretende.

O repórter de imagem não é um simples “aponta e filma”. É, isso sim, um elemento da
equipa que deve conhecer o tema de forma a poder sentir os vários elementos visuais e
emocionais que estão envolvidos na história.

É, por isso, fundamental que exista a coordenação na equipa. O jornalista deve explicar
ao repórter de imagem, na redacção, ou no caminho para o local, as razões para se efectuar aquele trabalho (O quê?, Como?, Quando?, Por quê?, Onde?) para que este
último saba qual o objectivo do trabalho que vão fazer.

Os dois em conjunto devem traçar um plano de trabalho, mas devem estar conscientes
que o local ou as circunstâncias podem alterar as condições do plano de trabalho
previamente delineado. Esta situação de mudança de planos é habitual.

Os dois elementos da equipa devem, por isso mesmo, ser capazes de se adaptarem às
novas circunstâncias que rodeiam um trabalho, pois só assim este trabalho será
valorizado.

ILUMINAÇÃO

Uma boa iluminação é fundamental em televisão. Ter a cara de um convidado bem
iluminada deve ser por isso um objectivo do jornalista e do repórter de imagem.

Uma entrevista feita com o convidado de costas para o sol (contra-luz) perde muito
valor, mesmo que seja uma entrevista com respostas fundamentais, já que a cara do
entrevistado está escura e tudo o resto em sua volta se encontra perfeitamente
iluminado. Situações destas são de evitar.

Para que isto suceda é essencial que a equipa procure no terreno as melhores condições
de trabalho possíveis e tenha a noção das diferenças que existem entre filmar em
ambientes fechados (estúdio ou outros) ou em ambiente aberto (exteriores).

A imagem que surge na televisão é constituída apenas por três cores (verde, vermelho e
azul) e é a intensidade da luz é que faz o contraste.

O principal cuidado a ter no momento da gravação de uma entrevista é a iluminação,
seja ela da cara do entrevistado, ou da cara do jornalista. A cara da pessoa deve estar
sempre bem iluminada, de modo que seja vista em casa da mesma forma que a
veríamos se ela entra-se na nossa casa.

Em situações de gravação em interiores deve-se usar o “pirilampo” de luz, da câmara.
Caso este não esteja disponível a entrevista deve ser realizada em local com claridade
suficiente.

Colocar um convidado debaixo de uma lâmpada normal ou florescente não é uma boa
opção. Embora aparentemente no momento da filmagem a imagem pareça óptima,
durante o visionamento das imagens na redacção notamos que a imagem não
corresponde ao que prevíamos.

As câmaras, devido as condições de gravação no interior/exterior, possuem quatro tipos
de filtro.

Os botões de regulação desses filtros variam consoante o fabricante, já que cada um
possui o seu método. Uns colocam os ajustes no menu, outros optam por dispositivos
junto à parte óptica da câmara.

Dos filtros que existem falaremos apenas de dois:

_ O filtro de 3200º Kelvins é utilizado em filmagens iluminadas com luz artificial,
seja a filmagem feita em exterior ou em interior
_ O filtro de 5600º K é utilizado sempre em filmagens com luz natural

Caso não exista tempo para seleccionar o filtro para a situação devido à importância do
momento, a filmagem deve ser efectuada em automático.

Dica:
_ Sempre que se muda de local de filmagem o repórter de imagem deve fazer o
“acerto de brancos”. Para tal utiliza-se uma folha branca ligeiramente inclinada,
relativamente à qual o repórter de imagem deve efectuar um zoom, focar,
utilizando o filtro correcto para a situação.

Nota:
_ Os jornalistas ao gravarem directos ou vivos devem estar sempre com a cara
virada para o sol e nunca devem usar óculos de sol.

CUIDADOS A TER NO POSICIONAMENTO DA CÂMARA

Nunca filmar contra o sol. O sol, ou a fonte de luz devem estar nas costas do
repórter de imagem.
_ Nunca ter como fundo um espelho ou uma superfície envidraçada.
Nunca ter como fundo uma superfície branca.
_ Nunca colocar o entrevistado directamente debaixo duma lâmpada.
_ Evitar todos os sítios com pouca luz. Quando no local não existe luz suficiente
procurar um local onde seja possível recolher as imagens.

Sugestao de site: www.fazendovideo.com.br

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